domingo, 21 de julho de 2013
UMA TRAQUITANA
Na banca,apenas se via meia dúzia de pequeninos peixes,ainda vivos. Tinham sido 
pescados de madrugada,numa barragem,a uns bons quilómetros dali. Eram de um 
velho,de setenta e mais alguns anos,um tanto para o baixo,ainda vigoroso e de 
ricas cores. Mas valia-lhe a pena,dava para o petróleo? Tinha de dar,pois como é 
que se havia de viver? A pensão era o que se sabia,uma miséria,mal chegava para 
as côdeas. Andava a gente numa vida de rudes trabalhos,hoje para um,amanhã para 
outro,para se chegar àquilo. O que lhe valia eram uns biscates,ali e acolá,onde 
calhava,de vária natureza,que ele não era esquisito. Uma pessoa tinha de se 
desenrascar.Valia-lhe também ser um homem de poucos achaques. Depois,um sobrinho 
dera-lhe uma traquitana,de que se tinha farto,mas que a ele lhe fazia um grande 
arranjo. Fora com ela que chegara ainda a tempo para a venda. Por causa daqueles 
peixinhos,o resto do que tinha apanhado,não dormira naquela noite. Passava-se 
muito. Mas tudo ia do treino e a ele não lhe faltara. Podia acontecer que o 
vissem ali na semana seguinte. Dependeria isso da pescaria. Faria umas contas e 
logo veria se lhe valeria a pena vir até ali,onde as pessoas parecia terem mais 
dinheiro do que lá para as suas bandas. 
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