sexta-feira, 19 de julho de 2013
OUSADIA
Ouvia-se-lhe a voz,mas não se conseguia vê-lo. Ainda se tentou encontrá-lo,para
uma justificação,mas escondia-se. Coisas de rapazes. Do ladrão,ladrão,é que ele
não desistia. Tudo isto,porque se lhe invadira os domínios e houvera a ousadia
de pôr num saco meia dúzia de quilos da sua terra,muito negra e muito
encharcada. O milho,já alto,era capaz de se afogar. Aconteceu isto nas
imediações de Póvoa do Lanhoso,há uns largos anos. Sabia-se que fora por ali que
eclodira uma "confusa rebelião popular usualmente conhecida de revolução de
Maria da Fonte". Dera-se ela em tempos muito recuados,mas aquele moço podia ser
descendente de um revolucionário. Era capaz de ir tocar a rebate. O mais
acertado era sair dali,para pôr a recato o precioso saco e sabe-se lá mais o
quê. Noutros locais,já os tinham olhado com olhos desconfiados. Que andarão
estes por aqui a fazer? Boa coisa não será. Se o moço tivesse visto o jipe,um
tanto afastado,o que é que ele iria pensar? Querem ver que me vão levar a terra
toda. Então é que iria mesmo pedir socorro.
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