Num dos extremos da alameda,outrora muito concorrida,mas naquela altura quase
deserta,lá continuava,incansável,a fonte de águas milagrosas. Um carro de boa
marca parou à sua beira. Dele saiu,em camisa,um homem de meia idade ,muito
direito,quase calvo.
Não resistira. As vezes que ele ali se dessedentara,nos
seus tempos de moço carenciado. Não fora,porém,a sede que,daquela vez,ali o
levara. Fora só ele a fazê-lo. Para a mulher,aquela não seria mais do que uma
outra fonte,e não estaria precisada.
Apenas molhou a boca. Mas isso devia ter
um muito especial significado para ele. Já não era o moço desses tempos
recuados,que ele não gostaria de lembrar. Tinham sido uns largos anos a labutar
lá longe. Dera para regressar de vez.
Falava,gaguejando
muito,descontraidamente,e olhava para o outro bem de frente,sem acanhamentos.
Não precisava de andar por ali a pé,como antigamente,à procura de sustento.
Fizera uma bela moradia,onde nada faltava,tinha os seus rendimentos,e havia de
receber,um dia,uma pensão,pelo tempo que lá
trabalhara.
Comparava,opinava,criticava,desinibido. Não teria crescido tanto
se por ali tivesse ficado.
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