Quase tudo se vai transformando,não havendo volta a dar-lhe. É o progresso,ou lá
o que lhe queiram chamar. E quem não estiver bem,mude-se. E quem não gostar,tem
de passar a gostar,sob pena de lhe chamarem nomes feios.
O certo,no caso
presente,é que um quintal,ali mesmo à vista de linha nobre de comboios,onde
havia meia dúzia de figueiras,que davam figos de comer e chorar por mais,se foi
para sempre.
Enchiam-se cestos,não só dos lampos,os mais cobiçados,mas também dos vindimos.
Fartavam-se deles a família do feitor,a vizinhança e ainda dava para os levar a
certo mercado,onde eram disputados.
O transporte era quase do tipo porta à
porta,por o eléctrico disso se encarregar. Chegavam ainda frescos,pois a
colheita era feita de madrugada.
Pois tudo isto é só uma lembrança. O quintal
foi promovido. Está lá agora uma floresta de cimento. O mercado deixou de o
ser,convertido que foi num espaçoso largo.. O eléctrico deve andar por
aí,algures,repartido,ou então,dormirá num museu.
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