quarta-feira, 3 de julho de 2013
SEM CORAÇÃO
Naquela rua de terra urbana ,vivia uma rola,ou duas,ou mais,não se sabia ao
certo. O que se sabia, é que de uma varanda,lá bem no alto,vinha um canto
magoado,repetido,de quem não se sentia lá muito bem. Naquela rua,ouviam-se mais
cantos,de papagaio,de periquitos,de pardais,de pombos e de outros que tais. Mas
era aquele choro de vida presa que mais se ouvia. Apetecia subir aquela varanda
e assaltá-la. Apetecia libertar aquela vida enclausurada. E uma vez liberta,iria
por esses ares fora em demanda de melhor poiso. Talvez uma simples árvore,como
uma daquelas ali tão perto,talvez num jardim ou num parque,que os havia ali
próximo,talvez numa floresta vasta,lá longe,talvez num pinhal rescendente. Mas
já chegaria uma pequena mancha verde que lá do alto se via. Ah gente
empedernida,sem coração. Para terem, ao pé da porta,um leve cheirinho da saudosa
aldeia,pouco lhes importa serem fautores de cativeiro e seus guardiões.
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