Coitado do moço,muito longe estava ele ainda das tricas deste mundo. Desconhecia ainda que boa parte da vida flui num mar,numa rede intrincada de interesses,nem sempre claros,mas que estão lá, nos momentos de decisões de todos os tamanhos.
Estava em causa a saúde mental de um colega. Necessitava ele de internamento imediato,um problema,naquela altura,muitas vezes de difícil solução. E era dessa espécie este internamento. Disseram ao moço que um seu professor podia facilmente resolvê-lo. Era amigo de um ministro muito influente. Com uma cartinha do professor na mão ,o ministro diria logo que sim. E foi o que aconteceu. O colega foi logo internado.
Pois desde aí,o moço passou a ter no professor como que um inimigo. Porque seria? Parece que devia ter sido o contrário. Tinha salvo uma vida,a vida de alguém que podia ter sido seu aluno,se não tivesse adoecido. E isso,porque o moço lhe batera à porta,uma porta muito importante. Tinha sido feito prova dessa importância,o que muito contribuira para melhor o considerarem.
Porque seria? Talvez o professor estivesse reservando a sua intervenção para outra finalidade,que,deste modo,ficara prejudicada.
Porque seria? Talvez porque o moço tinha aceitado um lugar de nomeação e isso fora muito feio.
Enfim,um sem número de suposições. Mas o que interessava,acima de tudo,afinal,é que o doente estava recuperando,porque fora imediatamente internado.
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