sexta-feira, 17 de julho de 2015

ESPERANÇA BALDADA

Entrara-se no tempo da sesta e o centro lá do burgo despovoara-se,quase sem se dar por isso. Um ou ou outro,muito apressado,quebrava aquele deserto. Aqui e ali,figuras até aí despercebidas,tornaram-se bem evidentes. Não teriam para onde ir,como os demais. Ficaram onde tinham permanecido,segregados,alheados. Alguns aguardariam,ansiosamente,aquele desafogo,para melhor tratarem da sua vida. É que por ali,por aquelas velhas ruas,havia recantos propícios a assaltos,facilitados pela escassez de ajudas.
Fora uma sorte grande terem eacapado naquela tarde. Apenas um casal de velhos contornava a velha catedral e ali perto, outros dois velhos dormitavam no aconchego de dois bancos,naquela altura,sem concorrência. Duas figuras encolhidas,dois suspeitos,tomavam conta do palco. Não se moviam,talvez concentrando as manhas para darem o golpe,que andariam muito necessitados. Seria uma brincadeira de criança.
Valeu,salvou,a aproximação de uma batina negra,ainda jovem. Ainda se pensou que abriria uma porta. Esperança baldada. Só lá para as cinco,o que queria dizer três horas de espera. Restava uma coisa a fazer e que era sair-se dali o mais depressa e encontrar refúgio onde houvesse gente de confiança.

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