sábado, 25 de julho de 2015

EM CAMISA

A ambulância estava parada,impedindo o trânsito,e uma longa fila formara-se. A maca tivera de trepar dois andares. Todos compreenderam,pelo que nem uma busina se ouviu,ao contrário do que é costume. A vida urge e tem-se sempre coisas muito importantes a fazer,coisas inadiáveis. Quem seria ? Uma velhota,muito magrinha e muito branca. Vinha em camisa,coitada. Ora a minha vida. O preparo em que estou e toda esta gente a ver-me. Que vergonha. Até vieram alguns à janela. Olha quem é,a vizinha ali do segundo direito. A filha acompanhava-a. Não se mostrava muito aflita,mas isso seria para não perturbar mais a mãe. Vai ver que vão tratar bem de si. Pôr-se-á boa depressa,pois faz-me cá muita falta,por causa das crianças.

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