O contínuo apareceu,humilde como sempre. Vinha dar os parabéns. Vendo bem,foi talvez a festa que melhor lhe soube. Vinha de um simples,que não queria nada em troca. Não se tinham queimado foguetes,como acontecia algures. Apenas um ou outro abraço. Também não houvera banquete. Quem o encomendaria? E aquele momento,votorioso para tantos,por ali se ficou. Não era mais de que outros já passados e que não tinham deixado rasto nem saudades. Não tinha,porém,de se queixar. Estava bem acompanhado,demasiado até. De resto,as festas são,de certo modo,um exagero,pois muitos não sabem o que isso seja. Apenas se lhes permite viver.
Já quase se estava esquecendo daquele passo tão esperado da sua vida,quando alguém o lembrou. Alguns meses,de fato,já tinham passado desde o corte daquela crucial meta. Uma nova via-se ao longe. Não importava,vamos ainda a tempo,dissera.
E os dois se reuniram a uma mesa. E os copos se tocaram. E ele desejou-lhe felicidades. Sentir-se-ia,talvez, em dívida, pelo lugar que passara a ocupar e que o outro,por uma casualidade,lhe tinha proporcionado. Merecia ele,portanto,alguma compensação. E ali estava a fazê-lo.
Foi capaz de ter sido isso. De qualquer maneira,nunca mais se esquecera daquele gesto,o único com algum ar de festa,a assinalar um marco importante do seu percurso.
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