domingo, 14 de junho de 2015

A ESCALDAR

Parecia estarem combinados. Ainda na véspera se tinham cruzado,pela vez primeira,e ali estavam ,de novo, frente a frente. O ar dele,coitado. Teria encontrado a porta fechada,e viria de barriga a pedir que a enchessem.
Numa primeira reação do outro,recebeu apenas uma saudação. Mas não demorou este a emendar. Saudações não matam a fome. Olhe lá,onde tem aí um bolso? Obrigado. O tom deste obrigado era de fazer chorar as pedras da calçada,naquele caso,mais exato,o asfalto a escaldar.
É claro que o gesto do outro ficara-se por ali,uma coisa avulsa. Momentos sem continuidade,de não resolução. E era disso que se precisava,que tarda,sem resposta capaz à vista.

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