Que alívio. Morrera o sujeito que lhe dera uma ajuda quase vital,uma coisa assim sem importância. É que ele temia que o outro fosse de cobrar,que uma vez por outra,ou mesmo,a cada passo,tal feito lhe estivesse a lembrar. O que lhe estava doendo muito,pois chegaria lá pelos seus próprio pés,sem ter necessidade de estar a dever favores,e muito menos àquele que,finalmente,se finara.
Podia,a partir desta tão desejada altura,dormir descansado ,para sempre,pois não mais se teria de preocupar com uma coisa destas,que o trazia muito amarfanhado. Que alívio. E assim,descansado,dormiu algum tempo. Mas, não se sabe porquê,desatou a pensar em que mais alguém podia saber do sucedido,uma vergonha,para ele e para a família. Podia ter sido segredado à mulher,a um filho,a um amigo,e até a um inimigo,sabe-se lá.
Apressou-se,por isso, a fazer um inventário de todas essas possibilidades e ficou alerta. É que só sossegaria de vez,quando os visse todos também no outro mundo. E esse dia veio.
Finalmente,chegara o momento em que podia ter sempre sonhos lindos. Pois é. O raio daquela memória que não havia meio de claudicar. É que o pobre,que,por acaso,estava,agora, rico,passou a ser massacrado com aquela sua mão estendida,lá muito para trás no tempo,gesto que acontece a tanta gente,má ou boa. Situação mais que intolerável,tão assim,que acabou por desejar a sua própria morte,que aquilo era um inferno. Mas a morte fê-lo esperar um ror de tempo,só para o castigar,por tanta ingratidão.
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