Ainda não era bem a Primavera,mas sim uma sua boa imitação dela,assim como uma espécie de arauto a anunciá-la,que ela estaria prestes. O que tinha acontecido naqueles últimos dias era bem uma amostra do que estaria para vir,muito à semelhança do que sucedera no passado,sem uma interrupção,como alguém se tivesse comprometido a uma tarefa,e que era,nem mais,nem menos,um autêntico festival da Natureza,incansavelmente a renovar-se,como programado.
A paisagem,aqui e ali,já dava um ar da sua nova graça. E eram as amendoeiras e outras prunóideas em plena floração,pintando-se de branco ou róseo,e eram as acácias a desdobrar já o seu amarelo. E eram as rolas que já se estavam a fazer ouvir,depois de sacudirem a frialdade que as tolhera. E eram as meninas a começar a aligeirarem-se e eram os meninos que as não deixavam sossegadas.
Ainda bem que a nova primavera estava para vir,a primavera das promessas a cumprir. Talvez nessa onda de novidade,de algum modo já conhecida,viesse forte inspiração a certas cabeças,que estariam também à espera desse estímulo da natureza para darem fruto que merecesse a pena.
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