domingo, 28 de junho de 2015

CHEIROS MAUS

Durante meses,andou por ali grande azáfama. Movimentaram-se terras,arrasaram-se casas,ergueram-se outras,removeu-se lixo,atapetaram com relva largos espaços,plantaram-se árvores e arbustos,desenharam-se canteiros de flores,instalou-se um moderno sistema de rega gota a gota,colocaram-se assentos,implantou-se vário equipamento de "health club",traçaram-se ruas,lembraram-se das crianças e,acima de tudo,rasgou-se um amplo leito para as águas passarem à vontade.
Veio,finalmente,o grande dia. Nascera mais um recinto onde as gentes podiam ir colher saúde. Por ali podiam circular,correr,saltar,brincar,e,mais do que tudo,respirar um ar mais salubre do que o que tinham lá em casa.
A relva,as árvores,os arbustos,as flores se encarregariam disso. Pois é,o pior são os imprevistos,ou lá o que é. É que as águas que se escapavam pelo amplo leito e por baixo de uma elegante ponte estavam inquinadas,e delas soltavam-se uns cheiros maus.

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