Eram atraídos como formigas ao açúcar. Ali havia dinheiro,mais do que noutros cantos,de maneira que as"formiguinhas" não demoraram a aparecer. Tinham passado palavra,ou nem isso,que o cheiro guiava-as. O dono do cofre exultava. Mexera-se,usara as suas influências,e ali estava o prémio. Pode dizer-se que era senhor de um estado dentro dum muito maior,mas este sem cheta. Sentia-se o mestre dos mestres,rodeado de quase uma dúzia de jovens promissores.
Foi,porém,sol de pouca dura.Por uma razão desconhecida,a fonte secou. Afinal,as "formiguinhas" tinham vindo ao engano. O mestre era de fibra e não desanimou. Convocou os pupilos e fez um apelo à sua generosidade de jovens. A fonte secara,sem ele contar,mas esperava que em breve voltasse ao que era antes. Esperava deles resistência às más horas e queria vê-los com disposição para continuar ali. Não seria por falta do vil metal que o fossem deixar. Agora é que ele ia ver quem eram os fortes.
O discurso fora patético,dirigido ao desinteresse,à abnegação,à entrega inteira a uma causa nobre,a da ciência. Ouviram-no todos com muita atenção e atreveu-se um a dizer de sua justiça. Apreciavam muito a sua confiança,mas havia uma questão muito importante,que estava a ser esquecida. É que,em primeiro lugar,está o viver,e para isso precisamos do que aqui deixou de haver. Não é o dinheiro essencial,mas sem ele nada feito. Depois de o voltar a ter,então filosafaremos. Não foi bem assim,mas para o que é serve muito bem. E ali terminou a sessão,indo cada um para seu poiso,pensar.
A pouco e pouco,porque os prognósticos não davam sintomas de melhoria breve,foram indo à sua vida. Fora uma pena aquela debandada,porque o barco era bonito e o comandante ilustre e simpático. O primeiro a dizer adeus parece ter sido o da sentença consagrada. Lá teria as suas fortes razões,maiores do que as dos outros. Mas estes não se fizeram esperar muito. Era sinal de que outros barcos estavam precisando de braços,tendo com que os manter.
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