sexta-feira, 15 de maio de 2015

ATÉ MAIS VER

Era um homem baixinho. Sentado num banco de jardim,como ele naquela altura estava,as pernas quase lhe ficavam no ar. A boquita tremia um pouco,coisas que acontecem.
Então,mora aqui perto? Sim,há já uns largos anos. Ali,naquela esquina,tive eu uma tabernita. Já me sentia cansado,sabe,e acabei com ela. Agora, está para lá não sei bem o quê. Também aquilo deixara de dar,por mor dos novos tempos,dos novos gostos.
Consegui juntar uns patacos,e vivo deles. Estou a contar que cheguem até ao tempo de abalar. Sou de longe. De vez em quando,ia lá à terra,para matar saudades,ver gente da família,e outra,gente da minha criação. Também tenho lá uma boa casa que mandei fazer. Desanuviava também um bocado,que a venda era cansativa. Olhe,agora,está para lá a casa às moscas.
Bem,tenho de me ir embora,que se estão fazendo horas para as sopas. A gente há-de se ver por aqui mais vezes. Está-se aqui bem. É sítio sossegado,raramente passa um carro,e ha aqui estas sombras,e estes bancos. Até mais ver.

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