sábado, 23 de maio de 2015

CANA DE PESCA

Estava-se no fim do mês e o dinheirinho da magra reforma ainda só acenava,
mas lá muito ao longe,que mal se via. De maneira que ele se via obrigado a esgravatar onde lhe cheirasse haver coisa de préstimo. E,naquele início de tarde,calhou passar por um contentor,talvez um dos que mais surpresas costumava reservar.
Levantou a tampa e inspecionou. Lá viu,mais uma vez,qualquer coisa de aproveitar. Mas os seus braços eram de fraco alcance,pelo que necessitava de uma cana de pesca.
Olhou em volta e descobriu-a. Tratava-se de uma estreita tábua com um forte prego bem ao alto,feito arpão. E foi simples.
E um grande marmelo viu,de novo,a luz do dia. Não estaria todo como devia ser,mas ele lá teria artes para recuperar coisa que se visse.

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