quinta-feira, 21 de maio de 2015
GRANDE FESTA
De vez em quando,vá que não vá,mas quase todos os dias,era um abuso,talvez uma exploração. Tratava-se do famigerado feijão colonial,de que o anfitrião muito apreciava,não tanto para o comer,mas para o servir aos comensais. E era vê-lo encher-lhes,alegremente,metade dos pratos. O resto do espaço reservava-o ele,também alegremente, à alface,outra iguaria da sua predileção. Ficava uma linda natureza morta,verde e encarnada,as cores lá da casa. Os pobres dos comensais protestavam,sem resultado. Pensariam em arranjar outra mesa,de cardápio mais variado,mas estava-lhes isso interdito,pelo comezinho entrave das mesadas serem curtas,não dando para luxos. Tinham,pois,de aguentar. Mas havia dias de desepero. Já não podiam ver o teimoso feijão à sua frente. E nesses dias,faziam levantamento de rancho,para gáudio,claro,do anfitrião,e de um companheiro,que,naquele desesperado passo,não os acompanhava. Não acompanhava,e até estimulava,visto colaborar nos protestos. Teria passado muita fominha lá de onde viera,por ser de natureza muito voraz. E esses dias,eram dias de grande festa para ele.
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