O homem é de fibra. Para alguma coisa lhe havia de ter servido o ele,há largos anos,quase nunca estar parado. Vê-se,na maior parte das vezes,sozinho,ainda que não seja bicho de mato. Mas não tem quem o acompanhe nas andanças
Pois lá ia ele no seu giro incerto,hoje para ali,amanhã para o lado oposto,mas sempre coisa para durar. Naquela manhã chuvosa,nada convidativa para se pôr a cabeça de fora,parecia que não se atreveria à passeata costumeira e que ficaria lá em casa ou na companhia de amigos,em qualquer baiuca.
A água não caía a cântaros,mas não era também uma de molha-tolos. Era assim uma chuvinha média,persistente. Pois lá ia ele ,de cabeça bem descoberta,recebendo-a como quem aceita um doce. Por ali não se via uma árvore e muito menos uma telha,mas isso a ele não apoquenta. Iria ficar ensopado,a escorrer,que o passeio,para lá e para cá,era de muitas centenas de metros.
Aquela pele já deve ser couraça,couraça inoxidável. Está ali capaz de resistir às piores invernias e aos maiores escaldões,e sabe-se lá mais o quê.
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