sexta-feira, 21 de agosto de 2015

UM DESCONSOLO

Mas que grande alteração se dera ali. Aquelas moradias tinham sido ocupadas,durante largos anos,por velhas senhoras carenciadas.Pois passaram,também,a contemplar mães solteiras. Eram outros os tempos.
Uma das velhotas,muito pesarosa,fizera as suas queixas. Que saudades tinha da paz perdida. As jovens não a respeitavam como devia ser. E,depois,passara a haver muito barulho. É que os rapazes não lhes largavam as portas. Um desconsolo,ficassem sabendo.
Coitadada dela. O marido abalara-lhe há muito e não tivera filhos. Desde a sua morte não abandonava o negro. Vivia para visitar a sua campa,ali a dois passos. Não falhava um dia,só quando os males não deixavam. A caridade encarregava-se de a alimentar e de a vestir.
E ali gastava o tempo naquele cubículo, mixto de quarto,de sala,de cozinha,de casa de banho e de capela. Quebravam esta quase clausura a tal visita e uma ou outra paragem por um banco de jardim,mesmo em frente,nas manhãs ou tardes de sol.
Já se tinha acostumado. Era a vida. Mas aquela vizinhança é que ela não esperava. Um desconsolo,ficassem sabendo.

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