terça-feira, 18 de agosto de 2015

UM CERTO SINAL

Desenhando curvas harmoniosas,o rio ia-se aproximando do seu termo. Parecia um rio de paz,mas quanto enganava ele. É que as suas águas escondiam nas profundezas restos de muita tormenta,prontos para serem alguém. Só esperavam um certo sinal para o mostrarem.
Cada um sabe de si,e aquele rio não fugia à regra. E ele lá sabia porque corria,naquela altura,tão plàcidamente. Não é com vinagre que se apanham moscas,e ele jurara,solenemente,que havia de comer muitas,quaisquer que fossem o seu tamanho e estado,mosquinhas vivas,mosquinhas mortas,moscas adultas,moscardos e outros que tais.
Não era nada esquisito aquele rio. Tudo quanto viesse à rede era peixe. Nada de desperdiçar,que não se sabe como será o dia de amanhã. O seguro morreu de velho.
O que aquela harmonia,aquela paz escondiam. Só visto,como se havia de ver quando chegasse a hora. Tinha de ter paciência,conter-se. Ela havia de chegar.

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