quarta-feira, 26 de agosto de 2015

UMA RUÍNA

A igreja,a bem dizer uma capelinha,era a única que havia lá na aldeia,uma lembrança dos bons velhos tempos. Para ali abandonada,naquele alto,talvez o de melhor vista lá da terra,seria uma ruína,uma meia dúzia de cacos,se não lhe acudissem.
O senhor João,que não era homem dessas coisas da religião,nem ele,nem o resto da família,encheu-se de brios,e deitou mãos à obra,não ele,claro,mas o seu dinheiro. Havia de ficar como nova,talvez até melhor do que alguma vez o tinha sido. E assim aconteceu. E fê-lo,sobretudo,em atenção à mulher,que, essa,ainda guardava uns restos do que aquilo fora. Mas onde isso já ia.
O senhor João,o tal das escapadelas à capital,o tal que depois contava lá no café as suas aventuras,aliás,com grande plateia,suspensa. Oh senhor João,se a sua mulher soubesse. Não tinha dúvida. Ela sabia muito bem que estava em primeiro lugar,a grande distância do segundo,se acaso o houvesse.

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