sábado, 6 de junho de 2015
UM NOVO DIA
Andavam por ali muitas gaivotas,longe do mar,com tempo primaveril. Gostariam de águas com menos sal e daquela avenida ampla,um rio de dois países. Dando largas às suas energias,retemperadas pelo descanso da noite,era vê-las nas suas deambulações frenéticas,de lá para cá e de cá para lá,como numa brincadeira de crianças. Por vezes,fazia uma neblina,mas isso parecia não as perturbar. Davam mostras de serem imparciais,voando sensivelmente a meio da corrente. Não se sabe em que banda dormiriam,mas,pelo menos,naquelas evoluções matutinas mantinham uma certa equidistância. Havia outros navegantes naqueles ares,mas eram as gaivotas que dominavam. Parecia,às vezes,desistirem do vaivém lúdico,mas lá recomeçavam com redobrada determinação. Talvez fossem outras,entretendo-se a invadir espaço alheios. De qualquer maneira,aquilo seria também o seu contributo para festejar o começo de um novo dia.
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