segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

O COSTUME

Já há muito tempo que se não viam. Tinham andado na mesma escola,tinham estado no mesmo emprego,ali lado a lado,pelo que havia coisas em comum,algumas das quais gostariam de ter lembrado. Poderia ter sido isso motivo de alguma conversa,mas não.
Ficaram,é certo,ali retidos uns minutos,mas com coisas banais,daquelas de que se costuma falar,quando não se tem nada para dizer,porque não ocorre,que a memória está gasta,ou simplesmente não se está para perder tempo com coisas que não dão lucro.
Assim,falaram do tempo,da saúde,também de uma ou outra coisa que não havia meio de andar, por culpa de outros,não deles mesmo,claro,que ideia,enfim,o costume. E não havendo mais nada a tratar,lá se despediram,com os desejos de se voltarem a encontrar de novo,para continuar a conversa,que,naquela altura não,que a hora já ia adiantada.
Que vitórias não teriam para contar,ou que um apenas teria,e que gostaria de estar ali a narrá-las,o que não se estaria para ouvir,que não havia com que equilibrar? O melhor,portanto,era terminar,e que passassem lá muito bem,ficaria para outra vez o resto que tinha ficado por dizer.

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