Ele não podia imaginar quanto o outro lhe estava muito grato,pois não saberia o que era essa coisa de estar agradecido. Depois,ele tinha tido com o outro um procedimento que alguns considerariam reprovável,merecedor de tudo,menos de gratidão. É que tivera a coragem ,não uma vez,mas duas ou três,de expulsar o outro,à má cara,lá dos seus domínios,que achava serem muito dele,pelo que tinha feito para os ter,só por o outro se ter atrevido a pisá-los,ainda que apenas lá num cantinho,sem o seu augusto consentimento.
E o outro,apsar dessa ruindade sem nome,porque é que lhe estaria muito agradecido,sem o declarar,evidentemente? Ora porque é que haveria de ser? Não era ele o dono,para todos os efeitos,de uns tão belos domínios,o que o tornava muito importante? É que sendo assim,teria receio de que a sua importância fosse ensombrada,dalgum modo,ainda que minimamente, por o outro os ter pisado,ao de leve,lá num cantinho,aquelas duas ou três vezes?
Era,assim,o outro tão importante? Só por pensar numa coisa dessas,e não admitir,claro,o outro lhe estava, para todo o sempre ,muito grato.
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