terça-feira, 20 de outubro de 2015

O VIZINHO DO LADO

Que dia aquele,um dia para não mais esquecer,o dia em que dera conta do conhece-te a ti mesmo. É que,em boa verdade,não se conhecia,nem de perto,nem de longe. Quer dizer,era ele um nada ilustre desconhecido.
Já há uns tempos que andava muito desconfiado de si, estava-lhe a parecer que era mais um em que não se podia confiar,e desde aquele assinalado dia tudo ficou esclarecido.
Ele não se conhecia,passara a ser isso uma coisa definitiva. Ele seria capaz de não sabia o quê,muito provavelmente de tudo. Ele era um presunçoso em último grau,ele era um egoísta empedernido,ele a quem mais prezava era a si mesmo,
sem qualquer dúvida. O mais que havia para além dele nada valia.
Diante desta clara revelação,passou a ter muito medo dele. Tinha de estar sempre alerta,sempre desperto,de sentidos bem apurados,não fosse ele fazer algum disparate sem remissão.
Ainda bem que tal sucedera. É que um homem prevenido vale por dois,ou mais. Depois,seria fácil intervir,sempre que isso se impusesse,porque o outro,que ele desconhecia,era seu vizinho,o vizinho do lado.

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