Não sabia bem quantos anos tinham decorrido,mas talvez mais de vinte. Cruzava-se frequentes vezes com ela,no patamar,na rua,de dia,de noite. Cumprimentava-a,mas raras vezes correspondia. As negativas não o desanimavam,persistindo na mesma toada. Tratava-se,além do mais,de uma mãe de família.
Aquela cara nunca se abria num sorriso e os olhos não deixavam o chão. Parecia um caso perdido. Era assim,e era assim com todos. Devia ter os seus problemas e não havia meio de os ver resolvidos,era o entendimento geral.
Mas um dia,deu-se o milagre. A senhora sorriu e falou. Os dois elevadores estavam ali à disposição. Bastava usar um. Assim,tinha de parar a meio da viagem. Não importava. Parecia que tudo se tinha passado como estava acontecendo. O sorriso não a abandonou e que bem lhe ficava.
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