sábado, 1 de agosto de 2015

FLORES

As árvores decrépitas desfazem-se em flores. Terão algum propósito? Certamente. É fácil entendê-las. Que outra coisa será,se não a de quererem assinalar a sua passagem por esta tão curta vida? De tantas flores,alguma vingará,a lembrar o ser que se está despedindo.
Um homem não é uma árvore,mas também envelhece. Está bem à vista. E quando o faz devia querer imitá-las.Não é menos do que elas. É claro que não é capaz de produzir flores. Há que tentar outras vias. Uma imitação não é uma reprodução. O que interessa é que haja a vontade. As maneiras de o fazer não têm limites. Cada qual fará aquilo para que esteja mais calhado.
Redigir,uma das saídas. Nao se fizeram redações lá na escola? Factos reais do dia a dia,de ontem e de hoje,também do passado remoto,vêm mesmo a jeito. Expostos simplesmente,sem arrebiques. Se,de vez em quando,vier alguma fantasia,será para dar algum ar de flor. Apenas se estará a procurar uma melhor imitação. Não se chegará lá,mas fica a intenção.

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