sexta-feira, 5 de junho de 2015

UMA FONTE DE PALAVRAS

De um lado,era terra de ninguém,do outro,era a rua,mais pomposamente,a avenida. A meio,estava o que por ali se chamava a alameda,uma pequena,ou grande floresta, para quem ela olhasse.
Tinha duas serventias esse arvoredo público. Junto à estrada,era logradoiro de crianças, nas suas brincadeiras intermináveis,lá para o interior,era palco de coisa mais séria,não sempre,mas repetidamente.
Era para lá que ia o Bernardo. O que ele,por entre as árvores,andava,para lá,para cá,gesticulando,falando de alto,como numa ágora,talvez para ser ouvido pelos pássaros,quem sabe?
Entender-se-ia com eles,que o Bernardo sabia muita coisa. Não se cansava naquele vaivém lúdico, continuado,teimoso,que de palavras ele muito gostava,quase que para elas vivendo. Era ele uma fonte de palavras,uma torrente de palavras,palavras dele,muito dele.

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