Vinha só por uns meses e não estava usando uma via ilegal. Utilizava um avião da carreira e não um particular,e muito menos um qualquer processo a salto. Em bicha ordeira,lá se apresentou,com o passaporte na mão,ao porteiro. Devia estar o senhor com uma enorme vontade de conversar e aproveitou aquele intruso. O interrogatório parecia não ter fim. Queria saber,sobretudo,onde ele se alojaria,se trazia os bolsos com muitas libras,pois Sua Majestade a Rainha não estava nada disposta a manter vadios. Foram dadas explicações,mas o senhor não havia meio de se dar por satisfeito. Esteve o caso mal parado. A certa altura,deu mesmo a entender que estava disposto a não o deixar entrar.
Não sabendo mais o que mostrar,lá se lembrou de uma carta,que se julgava sem importância. Não se sabe o que é que o homem encontrou nela para mudar de disposição. Ainda bem,porque ali à volta já o olhavam ,desconfiados,julgando,talvez,ser ele um perigoso clandestino.
Finalmente,lá viu a porta aberta,mas com uma advertência. Logo que se instale,apresente-se à polícia. Foi o que fez,não fosse o diabo tecê-las. Mas esta desagradável experiência serviu-lhe para ele imaginar o que se deve passar por essas muitas fronteiras do mundo.
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