À vista de um pobrezinho,como que se lhe sangrava o coração. A vontade dele era ajudá-lo a valer,mas eram tantos. Quando falava com alguém de menor estatura,encolhia-se,de modo a ficarem os dois à mesma altura,pois não suportava o olhar de cima. Sempre que encontrava um conhecido,dava-lhe os parabéns pelo seu bom aspeto,ainda que ele estivesse com ar de ir desta para melhor. No contacto com gente de menos instrução,usava uma linguagem simples,de modo a descontraí-los. No caso de se tratar de sumidades,era como se o não fossem,embora isso,visivelmente,os desagradasse.Comprazia-se com as capacidades,morassem onde morassem,pois era delas que se poderia ter um melhor futuro para todos. Entristecia-se muito com a mentira,a hipocrisia,a arrogância,ficando com muita pena dos seus autores. Magoava-o as injustiças,
as prepotências,os alheamentos,as vinganças,os seguidismos,as violências,os fundamentalismos.
Ele era assim,não havia nada a fazer para o modificar. De resto,era assim que ele se sentia bem,ainda que dele se rissem.
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