domingo, 27 de setembro de 2015

A VASSOURA

Coitadas daquelas oliveiras. Metiam dó,de tristes que ficavam. Parecia vê-las chorar,que aquilo não era fruto a cair,mas lágrimas que elas soltavam.
E desfaziam-se elas,teimosamente,em tanta promessa. Mas uma doença maldita não as largava. Ainda esperaram que lhes acudissem,mas muito se enganaram. Para ali têm estado,pois,
entregues à sua sorte,anos e anos.
E o resultado de tanta comida e de tanta bebida,que o chão é úbere e a água abunda,é sempre o mesmo. Depois,os odores à sua volta,na fase terminal,são de fugir. Nem os pássaros,nem as formigas se atrevem a andar por ali. Uma desolação.
De vez em quando,vem a vassoura e é o lixo o destino de toda aquela azáfama,que aquelas flores e aqueles frutos representam muito trabalho,que não se viu,mas que foi feito,disso não se pode duvidar.
Razão forte têm aquelas oliveiras,portanto,para chorar. Mereciam melhor sorte,elas que são o símbolo de coisa muito séria.

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