terça-feira, 15 de setembro de 2015

UM MONÓLOGO

Ele há cada um. Que cena aquela,nem de encomenda. Não interessa referir o palco em que ela teve lugar,o que interessa é dar conta da inexcedível atuação do artista que mais deu nas vistas,ou melhor,nos ouvidos.

Não passou aquilo,em boa verdade,de um monólogo,que os outros estavam só ali para entreter. A voz dele era vigorosa,penetrante,pelo que nem uma simples vírgula se perdeu.

Por onde ele andara. Fora num cruzeiro,mas não um qualquer. Comida da melhor,variadas diversões,piscinas,e mais,muito mais. Estivera em Pisa,em Nápoles,em Pompeia,... O Vezúvio,oh, o Vezúvio. A Catedral,o Batistério,as Ruínas...

Fora uma pena ter sido tudo a correr. Para outra vez,não será assim,que ele gostava de se demorar. Aqui,só quinze minutos. Ali,só vinte. Uma pena. Mas valera o dinheiro,oh,se valera.

Toda a plateia estava deliciada com a narração,a ponto de alguns estarem dispostos a agradecer aquela viagem,sem ter gasto um tostão. Mas não houve tempo para agradecimentos,já não se sabe bem porquê. Ficaria para outra ocasião.

E essa chegara,no dia seguinte,ainda as recordações estavam frescas,para um dos espetadores. Ele ia mesmo ali,e era só dizer que tinha lá estado a ouvi-lo e que lhe agradecia o ele ter descrito tão permonerizadamente a viagem. Até lhe parecera que fora lá também no cruzeiro.

Pois não gostou e fez uma cara muito feia. Para outra vez,vou falar mais baixo,e desandou.

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