Essas manchas localizavam-se nas bermas de algumas estradas,tendo profundidades variáveis,indo nuns locais mais para o interior,noutros limitando-se às primeiras filas. Eram,no entanto,quase sempre contínuas. Tanto as castas brancas como as tintas mostravam os mesmos sintomas,embora as brancas os apresentassem com mais nitidez,a ponto de num povoamento,mesmo à distância,se distinguirem com facilidade umas das outras. O amarelo nas castas brancas era mais claro,de aspecto leitoso,sobressaindo melhor no fundo verde do resto da folha.
A alteração do pigmento começava pelas folhas mais idosas,subindo,a pouco e pouco,para as da extremidade,que,em certas condições,eram atingidas quase em simultêneo com as mais novas. Era a margem que,primeiro,se pintava de amarelo,caminhando a clorose progressivamente para o interior,apenas respeitando a vizinhança das nervuras.
Além da videiras,outras plantas,herbáceas e lenhosas,exibiam sintomas mais ou menos semelhantes. Era o caso das silvas e dos marmeleiros dos valados,dos pessegueiros,dos damasqueiros,das pereiras,das macieiras,das ameixeiras,das laranjeiras.
Em tempos,tinha-se concluído não se estar em presença de uma doença de origem parasitária. A explicação do mal poderia ser encontrada,assim, na nutrição. E foi nesse sentido que se avançou,acabando por se dar com o causador,o manganésio,que não estava a ser absorvido na quantidade necessária.
O solo,aparentemente,tinha,porém,manganésio para dar e vender,assim se pode dizer. Só que estava muito pouco disponível. Coisas que acontecem quando sucedem outras coisas. E o que tinha acontecido? Anos atrás, as estradas eram de macadame calcário. A passagem de carros e carretas levantava nuvens de poeira calcária,que o vento dominante se encarregava de ir depositando,sobretudo, numa das bermas. E calcário a mais faz das suas e,neste caso particular,levou o manganésio a um estado muito menos solúvel.
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