Era dia de procissão da Senhora da Bonança,a protectora dos pescadores daquela terra. A Senhora estava para chegar ali ao porto de abrigo. Às vezes,demorava. Nunca se sabia. Dependia de muita coisa, e do mar. Uma multidão A esperava,devota uma,curiosa outra,como acontecera sempre,desde há muitos anos.
Sentada em sítio estratégico,porventura o preferido,estava uma velhota toda de negro vestida. Então,vem aqui muitas vezes? Todos os anos,ainda que esteja muito achacada. Foi essa a promessa. Muitos favores Lhe devo.
A música que atroava os ares e que não havia meio de se calar,para regalo,talvez,da maioria,emudeceu,à chegada da Senhora. O mesmo aconteceu a um feirante que não se cansava de repetir o seu disco. Uma oportunidade daquelas não mais a apanhariam. Por uma simples nota,não levariam apenas uma peça,mas uma dúzia.
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