segunda-feira, 27 de abril de 2015

CAÇADOR CAÇADO

O rapaz não se quedava no assento do autocarro. A razão do seu desassossego era bem evidente.É que ali muito perto,quase ao alcance das suas mãos,estavam duas mocinhas de barriga ao léu. Ele bem se esforçou,mas elas a tudo resistiram. Embirrariam,talvez,com os adornos que ele trazia nas orelhas.
No seu plano de ataque,coube,a certa altura,uma senhora de muita idade,que ia de pé. Tem aqui lugar,e chegou-se para o lado,pois ,nas suas movimentações de conquistador, ocupara o espaço quase todo.
A velhota aceitou. E aconteceu o inesperado. O moço,como por milagre,serenou. Todo ele era ouvidos para a senhora,que se apiedara daquela alma,que lhe terá parecido estar muito desamparada. Depois de breves palavras,entrou em acção uma revista cheia de bons ensinamentos.
Tratou-se,sem dúvida,de uma mudança radical. De caçador,passou a presa. A apóstala devia ter artes. Não teria feito logo uma conversão,mas a semente fora lançada,e agora era dar tempo ao tempo.
A atenção que o moço desatinado lhe dera,ali mesmo junto de duas figuras tentadoras,mostrava ser um bom augúrio. Mss uma coisa destas só vista. Como é que uma velhota fez esquecer duas mocinhas de barriga ao léu? Ele há mesmo casos muito misteriosos.

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