domingo, 5 de abril de 2015

SEM VOLTAR PARA TRÁS

Teria sido ali que nascera o da volta ao mundo. Não a completara, é certo, mas isso em nada diminuíra o seu enorme feito. Naquelas encostas bravias, em que se inspirara para tal empresa? Talvez as tivesse descido um dia e fosse cativado pela água que corria no estreito vale . Onde é que ela iria parar? E ter-se-ia posto a descê-lo, impaciente, gozando aquela frescura. No final da jornada, ficara preso ao mar imenso e dele se enamorara. Porventura fora ali que se interrogara. Poderia  dali sair e ali regressar sem voltar para trás?
Naquele lugar, muito mais tarde, via-se por ali muita vinha , grande parte em socalcos. Mas no seu tempo? Talvez alguma vinha também, não assim ordenada, mas certamente muito mato, onde se esconderiam bichos.  Estaria farto o moço da paisagem onde viera ao mundo.  E isso o levara a fazer pequenas e grandes viagens, e, finalmente, a grandiosa, que seria a penúltima, pois a última, a maior, foi a que todos fazem,sem uma única excepção.

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