Lembrava isto as "praças" de tempos atrás. O largo da terra enchia-se de braços de todos os vigores. Os mais velhos ficavam um tanto à parte,já desiludidos. Mas,às vezes,podia calhar,por isso ali estavam também.
Chegavam os capatazes. Os rostos coloriam-se e os corações apertavam-se. Era grande a expectativa. Estava em causa o pão das mulheres e dos filhos,para não falar de outras necessidades. Mas a boca merecia mais cuidados.
E o apontar começava. Tu,Manel,tu,Chico,tu,Tónio. E outro Manel,outro Chico,outro Tónio lá ficavam,quantas vezes, a ver navios. O merceeiro teria de ter paciência,que o diabo nem sempre andava por ali. Um dia pagariam,que eles não eram de ficar a dever,nem lhes conviria.
Os jovens,afinal,estavam cheios de sorte. Corria Dezembro,o mês das festas,grandes e pequenas. Não havia braços que chegassem. Pena era,como é uso dizer-se,que o Natal não fosse todos os dias.
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