sexta-feira, 14 de julho de 2017

CADEIA DE VIDA

É um encanto aquela nascente,sempre a jorrar,dia e noite,noite e dia. Brota a água com ímpeto,como que falando,dizendo que está ali,para lavar,e durar. Está lá num alto,mas ali à volta,há altos mais altos.
Sai a água de uma fresta de rocha dura. Fará isso,não desde o princípio do mundo,que o mundo deu muitas voltas,mas desde há muito,muito tempo. Fazendo-lhe sombra,erguem-se,pujantes,
meia dúzia de palmeiras muito juntas,ali postas para grandes ócios,que aquele canto é quase paradisíaco. Muita história este canto terá para contar.
Dantes,aproveitando aquele manancial,criou-se por ali muita hortaliça,depois veio o abandono. Mas não há mal que sempre dure,e hoje,lá encanta um ou outro que a visita,ainda que veja aquele caudal enfiar-se pelas funduras,talvez a alimentar outras nascentes. Será ela o elo de uma cadeia,de uma cadeia de vida.

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