quinta-feira, 26 de novembro de 2015

VISTOSA CARAVANA

Eram duas velhas amigas,amigas do coração,constava,que se não viam há um ror de tempo. As saudades,de ambos os lados que por ali iam,só visto,se as saudades se pudessem ver. E uma delas,não suportando mais aquela dolorosa ausência,foi visitar a outra. Tinham vivido uma carrrada de coisas em comum,lá no passado distante,onde ele já ia,andaria para aí ,perdido,coitado dele.
Pois foi um monopolizar do riquinho tempo por uma delas. A outra parecia não estar ali,ou estava só para ver a caravana passar. E que vistosa caravana era ela. Foi uma enxurrada de feitos avassaladora,de estarrecer,de ficar de boca aberta para sempre,a varrer,a submergir,a reduzir a outra a zero.
Pertencia a uma família de primeira,privilegiada. A coisa vinha das origens,talvez em linha reta,sem qualquer mistura,no muito já longo percurso,desde o primeiro par. E tinha sido sempre um apurar,um refinar,sem quebras . Os filhos eram melhores do que os pais,estes muito melhores do que os avós. Era,em suma,uma famíla genial. E o que havia ainda de suceder. Era um deleite,um saborear de coisas boas,de coisas únicas.
De arrasar. A outra ainda tentou,timidamente,estancar aquela enxurrada,mas, pobre dela,foi estar a chover no molhado. E a açambarcadora,a narcisa,lá se foi,sem tocar,ao de leve que fosse,num pormenorzinho,do seu estendido passado em comum.

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