Eram duas velhas amigas,amigas do coração,constava,que se não viam há um ror de tempo. As saudades,de ambos os lados que por ali iam,só visto,se as saudades se pudessem ver. E uma delas,não suportando mais aquela dolorosa ausência,foi visitar a outra. Tinham vivido uma carrrada de coisas em comum,lá no passado distante,onde ele já ia,andaria para aí ,perdido,coitado dele.
Pois foi um monopolizar do riquinho tempo por uma delas. A outra parecia não estar ali,ou estava só para ver a caravana passar. E que vistosa caravana era ela. Foi uma enxurrada de feitos avassaladora,de estarrecer,de ficar de boca aberta para sempre,a varrer,a submergir,a reduzir a outra a zero.
Pertencia a uma família de primeira,privilegiada. A coisa vinha das origens,talvez em linha reta,sem qualquer mistura,no muito já longo percurso,desde o primeiro par. E tinha sido sempre um apurar,um refinar,sem quebras . Os filhos eram melhores do que os pais,estes muito melhores do que os avós. Era,em suma,uma famíla genial. E o que havia ainda de suceder. Era um deleite,um saborear de coisas boas,de coisas únicas.
De arrasar. A outra ainda tentou,timidamente,estancar aquela enxurrada,mas, pobre dela,foi estar a chover no molhado. E a açambarcadora,a narcisa,lá se foi,sem tocar,ao de leve que fosse,num pormenorzinho,do seu estendido passado em comum.
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