terça-feira, 1 de setembro de 2015
POBRE AVARENTO
O que certa esmola engendrou.Para a graduar,para a relativizar,um verbo ultimamente muito ouvido ou lido,aplicou-se uma arrumação dos solos em tempos usada. Ricos avarentos,ricos generosos,pobres avarentos e pobres generosos.Quem soubesse da quantia envolvida,poderia considerar o dador ou como um rico avarento ou como um pobre generoso,dependendo isso do que ele entendesse por riqueza ou pobreza. Mas o que mais interessa é saber que o benemérito,numa primeira avaliação,se achou um pobre-mãos-rotas. Mas,numa segunda ponderação,concluiu que devia antes ser tido como um pobre avarento. É que ficara ainda com muito. E mais ainda. O ter-se colocado,primeiro,na categoria dos pobres generosos,de que nascera grande satisfação,resultara,simplesmente, de uma ideia subjacente,e que era a de continuar possuindo bastante.Não se encontra muito longe de tudo isto o dar um milhão aos pobres, ficando ainda com muitos milhões. Quando tal sucede,é,porém,de muito louvar,pois podia não se ter virado para aí. De resto,ninguém está livre de nascer com essa sina,o de conseguir muitos milhões. Tem é de estar lá no sítio certo.Mas voltando à esmola. Pequena ou grande,não fica a situação significativamente modificada. O carecido continua carente e o dador não se vê encrencado. Faz isto lembrar,também, o que se atribui a uma notável figura do passado. Eu,distribuir o que tenho pelos pobres? Para quê? Surgiria mais um.
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