domingo, 28 de maio de 2017
CARRAÇAS E COELHOS
Era de fugir,não pelos coelhos, coitados,mas por via das carraças. Mas era aquilo um crivo nunca visto. Até parecia um milagre as azinheiras manterem-se,ali,de pé. É que as tocas eram tantas que quase se não tinha sítio onde pôr o pé. Também havia o risco de um ou os dois se enfiarem pelos buracões.
É claro que o trabalho estava muito facilitado. Quase bastava olhar para a terra que viera lá de baixo. Não se podia era estar muito tempo parado,que as carraças punham-se logo a trepar,não escolhendo superfície. Andariam de barriga cheia,pois limitaram-se a passear por caminhos estranhos. Mas não era nada agradável vê-las ali amarinharem pelas calças ou sabe-se lá mais por onde.
Quem também não gostava nada destes conjuntos eram hortejos,não,pelas carraças,mas,agora,pelos coelhos. E está-se mesmo a ver porquê,mesmo com muros a separar. É que eles eram exímios em passar por baixo. E então,adeus,minhas hortaliças.
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