segunda-feira, 29 de maio de 2017

NO TOPO

Tal como na selva. Parecia ter chegado a vez dele. O outro,o chefe do momento,o mandão,o rei,como se lhe queira chamar,já não era o mesmo de há uns tempos,tempos que não havia meio de mudar de dono,tempos do quer,posso e mando. O que ele passara,ao mando dele,não o desejava ao maior "inimigo". Naquela altura é que era aproveitar. Era altura de o desafiar,que ele já não era o mesmo de tempos atrás,de tempos de vitória,que ainda cheirava. A volúpia que sentia,um prazer novo. É que já antevia uma hora nova,a hora em que o passariam a respeitar,como se tinha feito com o outro. Era um prazer muito grande,uma coisa que ele nunca tinha sentido. O prazer seria ainda maior,certamente,quando ele lá estivesse no topo,no lugar do "inimigo". Bastava ter visto e sentido,como o ainda chefe se pavoneava por essas ruas e praças,quando se expunha. Era o que ele iria fazer quando o removesse lá do cadeirão,daquele poiso tão sonhado,que até lhe doíam,às vezes,os sonhos,de tão vividos que eles eram. Havia de lhes mostrar,sobretudo a ele,ao que iria desalojar,o que era pavonear-se. Não teriam sido em vão os esforços que fizera para bem o fazer. Haveria de mostrar,sobretudo a ele,ao derrotado,o que era pavonear-se.

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