terça-feira, 30 de maio de 2017

GLÓRIA

Que tempos aqueles. Havendo fortuna e filhos,a fortuna ficava para o que tinha primeiro visto a luz do dia,ou da noite,tanto faz. Os outros que se fizessem à vida,que havia por lá muito para colher,assim se soubesse,se queriam ter vida melhor da que os esperava,vivendo às sopas do primogénito,que não seriam,aliás, nada para enjeitar. E assim, lá partiam alguns à cata da tal vida melhor,com coisa que se visse,que valesse a pena. De boa cepa,donairosos,bem depressa se arranjavam. A normal via para isso era o manejo das armas,pois naqueles tempos,muito ao contrário dos que vieram depois,havia desentendimentos por tudo e por nada. E assim,para que fortuna se não dividisse,fortuna se tinha de arranjar,desse por onde desse,ainda que para isso se tivesse de arriscar a vida,cobrindo-se de glória.

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