quarta-feira, 31 de maio de 2017

COISAS DA VIDA

O que uma guerra pode engendrar. Certa terra,que,felizmente,dela se livrara,que estava mesmo longe dela,resolveu também participar,à sua maneira,à sua escala. Aquilo não passou,a bem dizer,de umas brincadeiras,mas,mesmo assim,obrigou ao fabrico de dois partidos. Podiam ter nascido mais,que sensibilidades várias não faltavam,mas dois chegavam,tanto mais que na guerra a sério eram dois os contendores. As operações bélicas limitaram-se a duas modalidades. Numa,visaram-se montras,na outra,esmurraram-se caras. Nunca se soube bem porque viera logo para a primeira linha uma das montras. Parecia ter havido ali um grave problema de cofres vazios. Teria sido,assim,uma desesperada tentativa de equilibrar as finanças. Enfim,coisas da vida,que a uns corre tudo sempre muito bem,enquanto a outros é o que se sabe. Volta não volta,lá apareciam os vidros quebrados em ambas as frentes. A reparação não demorava,uma questão de honra. Mas não dava para descansar,que o inimigo estava sempre de serviço. Era vital não ceder. Sinal de fraqueza,de derrota,nunca nestas duas frentes. Quanto às caras,houve um caso que deu brado. De uma banda,a cara era a de um gigante,da outra,a de um pigmeu. Foi o grandalhão o derrotado,tal como veio a asuceder ao contendor que ele representava.

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