quarta-feira, 2 de setembro de 2015
O MELHOR DA NOITE
Era dia de cinema,uma grande festa. A casa enchia. Tinha sido um alvoroço antes. Os vestidos,os chapéus,os sapatos,os perfumes,as conversas,os lugares. O balcão era o máximo,mas na primeira plateia não se estava nada mal. Dava para suportar. O pior era a segunda e pior ainda a geral. Aqui ficavam os magalas e os párias. Cheirava mal,sobretudo a suor. E o chão cobria-se de cascas de pevides e de tremoços.Para alguns,a fita era o menos. O que lhes importava era aparecerem,era mostrarem-se,sendo o intervalo o melhor da noite. As luzes todas acesas,não aquela escuridão medonha que igualava tudo. Uns poucos gostavam de se exibir e vinham para a frente. Eles,naqueles fugidios momentos, os atores.E à saída,as despedidas,os cumprimentos. E já uma tristeza,que a noite alta mais acentuava,por se voltar,novamente,à sensaboria de sempre. Por um escasso tempo,ali deixada,ali esquecida.
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