Tinha muito para contar aquele caminho,a serpentear entre oliveiras e figueiras. Quase à sua beira,estendia-se uma muralha bem cuidada,que defendera a vila de algumas investidas,muitos anos atrás. Acompanhando-o,derramava-se uma paisagem a perder de vista,verde e amarela,pontoada de meia dúzia de lugarejos,de sinais de uma linha do caminho-de-ferro,de regolfos de minúsculas barragens.
Naquela ocasião,o ar rescendia a figos já maduros. A maior parte não iria ser colhida,que a mão de obra já não é o que era dantes,o mesmo sucedendo à azeitona. Nem dados. Lucravam os pássaros e as formigas,que também têm direito a boa mesa, e alguns nómadas que por ali circulassem.
Mas não foi para isto que tais plantações se fizeram. E uma das saídas está bem à vista. É pôr ali casas. Ressarcem-se,assim,de vários anos sem rendimento. Pena é que muitas oliveiras e muitas figueiras tenham os dias contados. Serão poupadas algumas,a lembrar tempos que,muito provavelmente, não voltarão mais.
Sem comentários:
Enviar um comentário