Coitado dele,estaria perdido,era ele ainda um moço. Perdido era um modo de dizer,bem entendido,pois sabia-se lá o que lhe iria suceder,indo ele ainda no ínício da caminhada?
Pensara-se aquilo só pela linguagem seleta que ele usava,uma linguagem de sarjeta. Foram meses a suportá-lo. Estaria marcado para sempre,dali não se poderia esperar nada de jeito.
Pois parecia,e bem,que tal não iria acontecer. Olha,quem é? Então,por aqui? E de bicicleta,a uma hora destas? O calor era de rachar.
E ali andava ele,de povoado em povoado,tratando de almas. A alma dele, que parecera já não ter ponta por onde lhe pegar,estaria de cara lavada,como nunca teria estado. Quem o teria achado capaz,ele, um rapazola lá da grande cidade,crivadinho de vícios,andar por ali,por acolá,onde calhava,feito caixeiro viajante de boa nova,cuidando de almas ?
Vá lá uma pessoa fazer vaticíneos. As pessoas são capazes de tudo,de bom,e de mau,ou,melhor,do que se julga bom, ou mau. Vá-se lá dizer que dessa água não se beberá.
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