sábado, 8 de junho de 2013
CURIOSIDADE DE UM ATREVIDO
Ali parecia haver paz. Pombos faziam pela vida e o silêncio era a voz da
esperança. Lá no alto presidia o santo. Dava para armar ali tenda. A tanto não se
tinha chegado,mas bancas não faltavam. Mercadejavam-se ofertas para o
dispensador de dádivas. Uma delas obrigara a trocos que só a caixa forte,a dois
passos,dispunha. Aconchegada num assento,uma velhota rezava. Palavras não se lhe
ouviam,mas os lábios dispensavam-nas. Assim estaria tempos sem fim,se não fosse
a curiosidade de um atrevido. Há gente para tudo,até para perturbar conversas
com o além.Vem aqui muitas vezes? A branca cabeça disse que sim. Mas estava dado o
alarme. Os pombos não voaram,que a inquirição fora de mansinho,mas a velhota
logo se levantou.Também já se estava fazendo tarde. O sol escondera-se e as
sopas encontravam-se lá à espera. O santo também a aconselhara a debandar,pois
do atrevido tudo se podia esperar
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