quarta-feira, 19 de junho de 2013
TODOS OS MESMOS
Os toiros,cheios de saudades da sua amada lezíria,mal viam a porta
aberta,desatavam numa corrida desenfreada,com pressa de lá chegarem. Mas
qualquê? Por onde quer que tentassem,havia sempre um obstáculo a barrar-lhes o
caminho. Sentiam-se aprisionados e era verdade. Ficavam,por isso,muito irados e
ansiavam por um ajuste de contas. Os primeiros a desafiá-los eram,com
frequência,uns atrevidos,tresandando a vinho,que se postavam mesmo à saída do
corredor que os levava ao vasto recinto amuralhado. Nesta fase,aconteciam,quase
sempre, desgraças,e,por vezes,mortes. A culpa não era dos pobres toiros,está bem
de ver. Quem os mandava pôr na sua frente,quando eles ainda estavam com todas as
suas forças? Depois,vinham uns sujeitos,cada qual com a sua manha,que teimavam em
não os deixarem em paz. Estavam sempre à espera de que alguém,de melhor
coração,lhes apontasse um buraco por onde se escapulissem. Mas aquilo eram todos
os mesmos,o que queriam era fazer pouco deles. Finalmente,quando já estavam por
tudo,de derreados,caía-lhes em cima uma montanha de gente. O peso era tanto,que
nem mexer se podiam. Só após essa grossa partida,é que se davam por satisfeitos
e permitiam que eles fossem para casa.
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