domingo, 27 de agosto de 2017

IMANENTES

O moço era um simples,um confiado,de boa fé. Mas não sabia que trazia consigo outros moços,de outras caras. Não sabia nada disto,e ia partir para a vida. Não sabia que iria ser assaltado por lobos,postados a cada esquina. Não sabia que devia saber defender-se deles e ser raposa e até lobo,também,recorrendo aos companheiros que,com ele,vinham. Não sabia que a outros moços, iguaizinhos a ele,já lhes tinha acontecido o mesmo,nos assaltos,e nas defesas. Que alguns dos lobos,teriam sido já raposas,e até confiados,como ele era ainda. Não sabia,assim,que devia ser tolerante,compreensivo,em suma,estar preparado para tudo. Porque,em boa verdade,ele era igualzinho a todos os outros moços e não moços. Teria de ser confiado,raposa,lobo,consoante o momento,melhor dito,a circunstância. A circunstância. O que ela encerra,um monte de surpresas. Em última a análise,a vida a isso obrigava. Era o princípio da conservação do indivíduo,a montante do da espécie,princípios imanentes,talvez mais aquele do que este.

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